sexta-feira, 15 de julho de 2011

Michel Odent e o parto natural

 
Michel Odent, obstetra e pesquisador francês, autor de livros como "O Camponês e a Parteira" (ed. Ground), está no Brasil para uma série de debates e palestras. A seguir, um relato das falas mais contundentes do papa do parto natural.
 
Por Ana Carolina Fialho, grávida de Jorge
 
Na última semana, o obstetra e pesquisador francês Michel Odent deu novo alento ao movimento do parto natural em São Paulo, num workshop em Pinheiros. Para ele, chegamos ao fundo do abismo ao constatar que o
número de mulheres que dão à luz apenas com o perfeito coquetel de hormônios de que dispõem – naturalmente -  chega perto de zero. “Os hormônios do amor estão se tornando inúteis”, lamentou.
 
Mais do que discutir a indecente taxa de cesárea de alguns países como o Brasil (onde ela chega a 90% na rede privada), Odent também alerta para a gravidade das intervenções de rotina no parto normal. E ainda sobrou bronca para o próprio movimento do parto natural, que, na opinião dele, tampouco entende a fisiologia do parto.
 
Mesmo assim, ele está otimista. “Se no século 20 redescobrimos as necessidades básicas dos bebês, porque não podemos redescobrir as necessidades básicas da mulher em trabalho de parto no século 21?”, aposta. Ele se refere a estudos que nas últimas décadas comprovaram, por exemplo, que o bebê precisa de sua mãe quando nasce – e não de cuidados imediatos de outra pessoa.  Graças a essas descobertas, tivemos que adotar práticas como alojamento conjunto e mamãe-canguru, apesar de serem contrárias aos nossos condicionamentos culturais
dominantes.
 
Odent está muito entusiasmado com uma conferência que organiza com a parteira carioca Heloisa Lessa em Honolulu, em 2012. “Será um ponto de virada, o começo de uma nova era”, proclama, sem medo de exagerar. Na ocasião, entre outras coisas, o francês vai apresentar os resultados de uma pesquisa que coordena em um hospital em Málaga, com crianças cujas mães foram expostas à ocitocina sintética durante o trabalho de parto. A substância tem a função de acelerar artificialmente o parto intensificando as contrações.
 
No início da palestra, Odent citou um estudo chinês que investigava psicopatologias em três grupos: bebês que nasceram de parto normal com fórceps ou ventosa, bebês que nasceram de parto normal sem fórceps ou ventosa e bebês que nasceram de cesárea eletiva, antes de entrar em trabalho de parto. O grupo com maior incidência de psicopatologias foi o do parto normal com fórceps ou ventosa e o menor foi o da cesárea.
 
“Quando as pessoas não gostam do resultado de uma pesquisa, tendem a ignorá-la ou discutir os métodos científicos utilizados. Eu prefiro analisar o que esse estudo pode nos dizer”, provocou.  Nesse caso, o que esse estudo pode querer dizer, para Odent, é que essas psicopatologias provavelmente estão ligadas à ocitocina sintética, já que o único grupo que não foi exposto a ela foi o da cesárea eletiva. Odent chama atenção para o fato de que o uso ou não do hormônio sintético não é sequer citado no estudo, de tão banalizado que se tornou.
 
“A grande questão é a falta de conhecimento sobre a fisiologia do parto e as necessidades básicas da mulher. Mas mais do que uma dificuldade em adquirir conhecimento, enfrentamos uma dificuldade em digerir conhecimentos já adquiridos”, avalia.
 
Conhecimentos como a oposição adrenalina x ocitocina (quando a adrenalina é liberada, nosso corpo é incapaz de liberar a ocitocina), os efeitos da melatonina (o hormônio liberado no escuro, que regula o sono desligando o neo-cortex) entre outros, já são mais do que comprovados e mesmo assim ignorados massivamente no mundo todo.
 
Fonte: http://revistapaisefilhos.com.br/gravidez/voce-viu/michel-odent-e-o-parto-natural/?page=1

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ser enfermeira

 

Dario Marques da Silva
Ser enfermeira é olhar a humanidade
Com gestos maternais. Ser enfermeira
É batalhar sem trégua e sem canseira
Contra o perigo e a dor da enfermidade.
Ser enfermeira é o anjo da Bondade
Que incansavelmente a noite inteira
Vive de cabeceira em cabeceira
Cheio de amor, de vida e de humildade.
Ser enfermeira é carregar no peito
Os gemidos que escuta em cada porta
Onde ela o alívio dá, de leito em leito.
Ser enfermeira é dar consolo ao triste;
Ser enfermeira é um vulto que conforta,
É outra mãe que aqui na terra existe.

Fonte: http://viniciusvieira.com