quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Audição do Feto.


A partir de quando o feto ouve? O que ele ouve? Como ele ouve? O que podemos fazer com esses conhecimentos? 
 
. Até a 20ª semana de gestação a extremidade medial do meato acústico externo está fechada por uma massa de células epiteliais. Nessa semana há a maturação da orelha interna, sendo o único órgão sensorial a atingir completa diferenciação e tamanho adulto à altura da metade do desenvolvimento fetal. A essa altura, as estruturas da orelha interna e média estão formadas e falta pouco para a ossificação. O plug meatal se desfaz, expondo a membrana timpânica ao líquido amniótico.
. A 21ª semana gestacional marca o inicio da aventura sonora do bebê. O aparato neurofisiológico necessário para que ocorra o fenômeno da excitação nervosa por intermédio das vibrações sonoras esta suficientemente estruturado. Não quero com isso dizer que a partir desse instante o feto passa a ouvir tudo, alto e claro. Não é assim que a natureza age.
Mas é a partir daí que, gradativamente, ele começa a ouvir. Estabelece-se, então, o inicio da experiência no universo sonoro intra-uterino.

O bebê, ainda um feto de 21 semanas, tem 25 centímetros e pesa 250 gramas em média. Está imerso em líquido amniótico, dentro da bolsa das águas, dentro do útero materno, em um ambiente extremamente rico em estímulos sonoros. Prossigamos.

Os ossículos (martelo, bigorna e estribo) que transmitem as vibrações sonoras captadas pelo tímpano para o órgão de Corti, onde se dá a transformação de movimentos mecânicos em impulsos nervosos, estão embebidos em mesênquima, um líquido de relativa densidade.

A pneumatização do funcionamento dos ossículos dá sinal em torno da 34ª semana, no entanto só se acelera com a penetração de ar na orelha média, no nascimento.

O conteúdo aéreo da cavidade timpânica se expande imediatamente após o nascimento com o início da respiração e a entrada de ar na orelha média.

Quando os ossículos soltam-se do mesênquima, a membrana mucosa que conecta cada ossículo às paredes da cavidade do ouvido médio permanece para finalmente se converter nos ligamentos de apoio dos ossículos.

Então vejamos. O feto humano já tem a estrutura neurofisiológica auditiva capacitada para receber estímulos sonoros, no cérebro, na 8ª região cerebral, a partir da 21ª semana.
Ele está imerso em líquido amniótico, com os ossículos embebidos em mesênquima e não completamente ossificados e pneumatizados.

Aqui é imprescindível acrescentar que na água o som se propaga com uma velocidade mais de quatro vezes maior que no ar.

E também tenho que dizer que antes dessa 21ª semana , nós, enquanto fetos, não somos insensíveis aos sons. Alguns cientistas consideram a pele como uma extensão do ouvido durante a gestação.

As vibrações sonoras excitariam o tato, que é anterior à audição.

O corpo da mãe que gera esse bebê é extremamente rico em estímulos sonoros.

Quais são as fontes desses sons?
Enumerarei as principais:
  • O músculo cardíaco produz a pulsação rítmica, principalmente por uma artéria que passa por traz do útero, e sons da circulação sanguínea periférica ao útero.
  • Os órgãos ocos (estômago e intestinos principalmente) produzem inúmeros sons, alguns audíveis até aqui fora do corpo.
  • Os movimentos peristálticos e os sons da digestão.
  • As articulações do esqueleto.
  • Os passos da mãe-gestante.
Imagine esse universo-sonoro…

Importante também é informar que o nosso amiguinho feto não está escutando esses sons do corpo da mãe o tempo todo, ininterruptamente. A natureza não permitiria. O bebê em gestação tem um ciclo de sono e vigília característico: dorme, em média, de 18 a 20 horas por dia, em períodos indefinidos. 

Está em vigília, isto é, experimentando as sensações que lhe são possíveis, apenas no tempo restante.
É dormindo que a criança cresce.

Gravações intraamnióticas feitas com equipamento especial – microhidrofones – detectaram os mais diversos sons, registrando suas intensidades e frequências .

De todos os sons a que o feto está exposto, inclusive os sons externos em alta intensidade, o que se destacou por suas características acústicas particulares é o som da VOZ HUMANA.
Isso mesmo, quando a gestante fala, o som de sua voz se sobressai de todo o ruído de fundo que chega ao feto. A voz que se aproxima do ventre materno, principalmente nas últimas semanas de gestação, também tem grande abrangência e alcance.

Com isto deduz-se que o feto humano ouve com especial destaque a voz da mãe e dos próximos a ela desde, praticamente, a metade da gestação..

Mas, analisemos mais detalhes sobre essa percepção tão importante.

O bebê em gestação ouve a voz da mãe nas suas características particulares de ritmo, entoação, variação de frequências e timbre, mas alguns cientistas afirmam que não é possível distinguir a articulação das palavras.
Para que se ouça a palavra articulada é necessário que haja ar entre o emissor e o receptor, o que não acontece com o feto. Ele está, como já vimos, imerso no líquido amniótico. Mas já vimos também, no líquido o som se propaga com maior velocidade.

Então ele ouve a voz, mas não a palavra. Mas banha-se no sonoro. Banha-se inteiro no timbre da voz da mãe e nas suas características particulares que a diferem de qualquer outra pessoa. Nossa voz é como uma impressão digital sonora de nós mesmos. Só nós a temos.

Durante o tempo de gestação que tiver depois da 21ª semana, o feto estará experimentando paulatinamente o ambiente sonoro no qual viverá depois de nascido, daqui há algumas semanas.

Posso afirmar que o som é o cartão de visitas da vida.

Então, é pelo som da voz da mãe e dos próximos a ela que temos o primeiro contato com o ambiente em que nasceremos.

A memória começa a se estabelecer nessa mesma época.

Texto escrito por:

Comunicação Pré-Natal - Cd Bebê do Futuro:



quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

UNIDADES "PARCEIRAS do PAI" receberão CERTIFICAÇÃO

Por: Marcus Renato de Carvalho



MATERNIDADES, CENTROS de SAÚDE, CLÍNICAS de SAÚDE da FAMÍLIA, HOSPITAIS... poderão receber o CERTIFICADO de PARCEIRAS do PAI
Política pública da Cidade do Rio de Janeiro


Na ultima reunião do Comitê Vida discutimos os critérios para certificação das unidades de saúde como "Parceiras do Pai", uma justa reivindicação de alguns serviços, que querem ter seu trabalho reconhecido e validado.

Listamos a seguir os itens sugeridos, baseados na cartilha Unidade de Saúde Parceira do Pai e na experiências dos profissionais da SMSDC da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e parceiros presentes ao encontro.
Uma unidade de saúde de parceira do pai é aquela que:
1. Tem normas escritas sobre a captação dos homens/pais e o seu envolvimento nas atividades da unidade
2. Tem profissionais que conhecem a importância dos homens no cuidado com seus filhos e o papel da unidade de saúde na promoção da paternidade participativa
3. Tem um ambiente que acolhe os homens: 3 cadeiras em cada consultório, banheiros masculinos ou para as famílias, decoração que valoriza o cuidado paterno
4. Convida os homens/pais a participarem de exames, consultas e atividades de grupo (planejamento familiar, TIG, pré natal, consultas de seus filhos, vacinação, teste do pezinho, etc.)
5. Tem atividades educativas voltadas para os homens na unidade de saúde, creche, escola ou comunidade
6. Aproveitam os horários do final da tarde e os sábados para realizarem atividades com os homens
7. Incentiva o pré natal masculino, ou seja, uma consulta individual ou coletiva para o pai do bebê e/ou o companheiro da mãe (com enfermeiro ou médico)
8. Incentiva a participação do pai no parto e divulga a lei federal no.11.108 de 2005 que obriga as unidades a permitir a presença de um acompanhante indicado pela parturiente
9. Orienta os pais a levarem para a maternidade um documento com foto para registrarem seus bebês
10. Tem profissionais que informam sobre a licença paternidade e a rede de apoio social para as famílias (CRAS, creches, PIC, Conselhos Tutelares, etc.)
Nas maternidades, acrescentar:
1. Permite a presença do pai como acompanhante no pré parto, parto, pós parto
2. Tem horários flexíveis para a visita dos pais nas maternidades, enfermarias e UTI
3. Permite a presença do pai acompanhando seus filhos/as internados/as
4. Incentiva o registro dos bebês
Nos hospitais, acrescentar:
1. Tem horários flexíveis para a visita dos pais nas enfermarias e UTI
2. Permite a presença do pai acompanhando seus filhos/as internados/as

Viviane Manso Castello Branco
Coordenação de Políticas e Ações Intersetoriais/SPS/SUBPAV – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, RJ – BRASIL

 www.aleitamento.com